Quais são os benefícios da educação interprofissional para a formação médica?

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Considerada uma das opções de graduação mais buscadas atualmente, a medicina encanta não apenas pela paixão em exercer a carreira, mas também pelas etapas de estudo vividas durante e após a formação.

Quando o assunto é estudar medicina, diversas etapas são concluídas durante os seis anos de graduação, incluindo desde as matérias iniciais – como fisiologia e anatomia, até mesmo o período de internato – estágio realizado ao final do curso. É aí também que entra a educação interprofissional! 

Para que todas as fases do curso sejam concluídas com sucesso, é importante que o aluno seja empenhado para aprimorar suas habilidades médicas e, que a faculdade também o incentive.

Algumas atitudes e iniciativas por parte do aluno de medicina e também da faculdade que ajudam nesse desenvolvimento incluem:

  • Proatividade e interesse na educação compartilhada além da graduação (inclui a participação em cursos, congressos, eventos e etc).
  • Metodologias ativas de ensino adotadas pela faculdade.
  • O estímulo da faculdade para contribuição de uma educação interprofissional.
  • O desenvolvimento de habilidades de comunicação.
  • Desenvolvimento de habilidades clínicas.
  • Participação ativa das aulas teóricas e práticas.

Neste texto iremos aprofundar o assunto que se refere aos benefícios da educação interprofissional (EIP) para a formação médica. Continue a leitura para saber como a prática pode te ajudar no decorrer da graduação e após a formação!

A função da educação interprofissional na área da saúde

O conceito de educação interprofissional refere-se basicamente ao ato de estudar em conjunto com colegas de outros cursos e áreas. Desta forma, é possível compartilhar experiências e conhecimentos específicos, auxiliando em dificuldades pontuais e ajudando para o desenvolvimento conjunto do grupo de estudantes.

Para tornar ainda mais simples de entender, quando falamos em medicina, por exemplo, os alunos podem se juntar com turmas de cursos como:

  • Enfermagem.
  • Farmácia.
  • Odontologia.
  • Medicina Veterinária
  • Psicologia.
  • E muito mais!
Promove a colaboração entre diferentes áreas da saúde. Fonte: Shutterstock.

Embora muitas vezes não fique tão claro, esses e outros cursos da área da saúde têm muitos pontos em comum com a medicina, sendo excelentes oportunidades de troca de aprendizado para ambas as partes. 

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Diversos estudos reconhecem os benefícios da educação interprofissional (IEP) para agregar valor ao currículo médico e desempenho profissional, como é o caso desse, publicado na Revista Brasileira de Educação Médica.

Portanto, se você é aluno de medicina ou está pensando em iniciar o curso, conheça os benefícios de compartilhar conhecimento entre os colegas de outras turmas!

Leia mais: saiba como as outras áreas da saúde se relacionam com a medicina.

6 principais benefícios da Educação Interprofissional para a formação médica

Os benefícios dessa troca de conhecimento vão muito além de conhecer e entender a relação das áreas.

Para que você entenda melhor sobre como essa prática te ajuda na jornada acadêmica e também após a formação, listamos abaixo os principais benefícios da educação interprofissional na medicina. Confira!

  1. Desenvolvimento de habilidades colaborativas e de comunicação

Quando você cria o hábito de estudar com alunos de outras turmas e, principalmente de outros cursos, você passa a se comunicar com pessoas diferentes e abordam também assuntos mais diversificados. Isso é muito benéfico não apenas para o desenvolvimento das habilidades médicas, como também para as habilidades de comunicação. Esse é um dos principais benefícios de adotar a metodologia de aprendizagem integrada entre as áreas.

Howard Gardner – importante psicólogo cognitivo educacional, destaca através da teoria das múltiplas inteligências, criada nos anos de 1980, que: “todo ser humano possui diversas capacidades intelectuais latentes, que podem se desenvolver de forma única em cada indivíduo”. Quando relacionamos isso à troca de informações obtida através da formação conjunta, os resultados tendem a ser muito positivos, já que os indivíduos ajudam uns aos outros no entendimento de assuntos de interesse mútuo.

Com essa troca de informações, os alunos realizam de forma mais ativa a prática colaborativa em saúde de forma geral, trocando dados, informações e curiosidades sobre como cada área atua e também como elas se complementam. Ou seja, a formação conjunta faz com que suas competências interprofissionais sejam ainda mais refinadas durante os anos de graduação, para que ao final do curso o recém formado esteja ainda mais preparado para ingressar no mercado de trabalho!

Órgãos e associações, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou o Conselho Federal de Medicina (CFM), incentivam o ensino da medicina por meio de diretrizes que destacam a importância das habilidades de comunicação.

Melhora a comunicação em equipes multiprofissionais. Fonte: Shutterstock.
  1. Aumento da segurança do paciente

Como consequência positiva para equipe e paciente, essa forma de estudo também tende a resultar no aumento da segurança do paciente.

É certo que a segurança do paciente está intimamente ligada a outros pontos, como por exemplo a comunicação da equipe. Exemplo disso é que, no Brasil, a importância da comunicação efetiva no ambiente médico foi difundida como meta de segurança do paciente, segundo a Portaria Ministerial 529/2013.

Quando o aluno graduando fica por dentro não apenas dos assuntos diretamente voltados à sua área, mas vai além disso, os ganhos para o sucesso no suporte ao paciente são ainda maiores! Isso evita não apenas possíveis falhas e erros médicos, como também fornece maior segurança na atuação do profissional.

Através da troca de conhecimento, é possível vivenciar a prática baseada em evidências e atuar com maior segurança para o paciente.

Instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) desempenham papéis fundamentais na promoção da segurança do paciente, integrando ensino, pesquisa e práticas cada vez mais inovadoras. Elas são ainda fundamentais para desenvolver estratégias educativas, estimular a educação continuada, estimular a capacitação interdisciplinar e geral de profissionais da saúde e consequentemente favorecer o aumento na segurança do paciente.

Pensando em favorecer a segurança do paciente, a OMS disponibiliza um material online gratuito sobre o assunto para profissionais da saúde que desejam aumentar seu conhecimento e habilidades voltadas à segurança de seus pacientes.

É importante também lembrar que diversos outros fatores contribuem para um atendimento seguro, como por exemplo conhecer as normas e orientações propostas no código de ética médica.

  1. Melhoria na qualidade do atendimento ao paciente

Por meio do desenvolvimento de competências interprofissionais, também é possível melhorar a qualidade do atendimento ao paciente.

Isso se dá por uma série de fatores, que são beneficiados com a educação interprofissional, como:

  • Atuação mais sincronizada e alinhada, pela troca ativa de informações, que favorece o trabalho em equipe.
  • O desenvolvimento da comunicação interpessoal contribui para uma comunicação mais efetiva com o paciente, proporcionando maior confiança e satisfação.
  • A capacitação e conhecimento mais profundo em áreas relacionadas torna o atendimento mais completo, permitindo que o profissional analise o caso com maior aprofundamento nas suspeitas clínicas, hipóteses de causas e etc.
  • Com as habilidades desenvolvidas e aprimoradas através da educação interprofissional, o atendimento tende a se tornar ainda mais personalizado e humanizado, o que também gera maior satisfação.
Desenvolve habilidades de trabalho em equipe. Fonte: Shutterstock.

De forma simples, isso tudo se resume ao alcance do objetivo de focar os cuidados centrados no paciente de forma efetiva. Isso é feito ao trabalhar com uma equipe multidisciplinar (com profissionais de diferentes áreas dentro da medicina) e interprofissional (com profissionais de outras áreas, como enfermagem, odontologia e todas as demais que você já viu mais acima).

  1. Aprendizado contínuo e adaptação ao longo da carreira

A prática de aprender com profissionais de outras áreas vai muito além da fase de graduação.

Isso pois, como sabemos, a medicina está em constante evolução. Portanto, os profissionais devem se atualizar frequentemente ao longo de toda a carreira.

A educação continuada em saúde pode ser feita através de diversas formas, sendo as mais comuns:

  • Cursos e treinamentos: mesmo após a formação compartilhada, que já explicamos a importância, os alunos podem e devem realizar cursos e treinamentos que forneçam atualizações para a rotina. Essas atividades possuem opções práticas e teóricas, tornando a aprendizagem colaborativa e atualizações ainda mais dinâmicas.
  • Seminários, palestras e simpósios: também fornecem informações atualizadas sobre o avanço na medicina e, tem a vantagem de ter curta duração – o que muitas vezes é fator fundamental para que um profissional consiga conciliar sua agenda de trabalho.
  • Residência médica e especialização: Os interessados no aprendizado contínuo podem ainda optar por fazer uma residência médica ou especialização. Muitas vezes, o profissional opta por se aprofundar em áreas distintas, tornando seu currículo ainda mais completo!
  • Congressos: Embora geralmente demandem de alguns dias a mais em relação aos cursos e treinamentos pontuais, os congressos médicos agregam muito ao currículo e à carreira profissional. Isso pois, é justamente nesse tipo de evento onde surgem muitas informações novas, atualizações, apresentação de trabalhos científicos e discussão de casos entre profissionais renomados, tornando o aprendizado ainda mais rico e proveitoso.

E, falando em educação interprofissional, a participação em atividades relacionadas a outras áreas de atuação dentro do universo da saúde pode ser muito bem aproveitada por quem está inserido na medicina, contribuindo ainda mais para a integração de saberes e para uma cultura de aprendizado contínuo. Incrível, não é mesmo?

Essas práticas ajudam os profissionais a acompanhar as mudanças na área da saúde e aprimorar seu desempenho, melhorando ainda mais o seu currículo médico e, consequentemente, proporcionando um atendimento ainda mais completo, seguro e eficiente!

  1. Promove mudança cultural nos profissionais da saúde

Outro grande benefício da implementação da educação interprofissional e, claro, da prática colaborativa, é a transformação na maneira como os profissionais de saúde se relacionam e cooperam entre si para oferecer cuidados.

Isso pois com a vivência e experiência nesse formato, os profissionais e instituições de ensino tendem a aderir cada vez mais, tornando a formação interprofissional tendência para as próximas gerações de médicos.

Amplia a compreensão das funções de outras profissões. Fonte: Shutterstock.

Outras mudanças e adequações na forma de ensino vem sendo utilizadas com o objetivo de tornar o processo de aprendizagem em equipe e também individual ainda mais eficiente, como é o caso das metodologias ativas. Sendo também uma realidade cada vez mais presente nas faculdades, as metodologias ativas visam criar experiências de aprendizagem mais imersivas, dinâmicas e inovadoras.

  1. Promoção da equidade e acesso aos cuidados de saúde

A promoção da equidade na saúde busca garantir que todos, independentemente de sua origem ou condição, tenham acesso aos cuidados necessários. 

A integração de saberes que é proporcionada pela educação interprofissional resulta em uma visão mais holística (permite atentar-se ao paciente como um todo, não apenas ao caso clínico em si), o que é essencial para um atendimento de qualidade.

Com isso, podemos concluir que a educação interprofissional contribui para a promoção da equidade e do acesso aos cuidados de saúde, ao incentivar a colaboração entre os profissionais. Essa abordagem integrada permite uma compreensão mais completa das necessidades dos pacientes, especialmente de populações vulneráveis, garantindo que todos recebam cuidados adequados e personalizados. Além disso, facilita a comunicação entre os serviços de saúde.

E falando em populações vulneráveis, onde as condições de saúde frequentemente envolvem múltiplos fatores complexos, a educação interprofissional garante uma resposta ainda mais eficaz e personalizada, promovendo equidade no acesso e tratamento e reduzindo desigualdades. Isso pois nestes casos o acesso à saúde pode ser ainda mais demorado ou restrito.

Um bom exemplo disso é a estratégia de atenção primária denominada de “Saúde da Família”. Composta por uma equipe interdisciplinar e multiprofissional, como médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais, a ação conjunta visa atender famílias de forma personalizada, promovendo saúde e bem-estar. Acesse o site do Ministério da Saúde (Brasil) para conhecer mais sobre a Estratégia Saúde da Família.

Portanto, ao trabalhar juntos, os profissionais podem superar barreiras sociais e econômicas, oferecendo um atendimento mais acessível e eficaz, promovendo a equidade na saúde, afinal, um atendimento completo e que transmita segurança, tende a ser ainda mais positivo.

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) congrega médicos que atuam nas unidades de atenção primária à saúde e outros serviços, promovendo congressos e materiais de atualização profissional que também agregam valor ao serviço prestado por médicos no Brasil.

“O bom médico trata a doença, mas o grande médico trata o paciente que tem a doença” — Willian Osler.

Leia mais: Conheça as principais matérias do curso de Medicina da Unime!

Facilita a tomada de decisões clínicas conjuntas. Fonte: Shutterstock.

Diversos estudos e evidências embasam os benefícios da educação interprofissional na saúde

Por fim, concluímos que a educação interprofissional promove a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos e outros, permitindo que compartilhem conhecimentos e abordagens.

Estudos mostram que os benefícios do estudo e treinamento conjunto de profissionais e alunos são inúmeros, indo além do atendimento convencional, como:

  • Pode reduzir o tempo de internação de pacientes.
  • Tende a minimizar conflitos entre equipes e prestadores de assistência.
  • Aumenta a satisfação e desempenho profissional.
  • Melhora o acesso aos serviços de saúde e suas coordenações.
  • Promove o uso adequado de recursos clínicos especializados.
  • Reduz a rotatividade de profissionais.
  • Tende a minimizar a taxa de erros médicos.
  • E muito mais!

Para conhecer mais sobre o assunto, acesse o Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa da OMS e confira essas e outras informações!

Transformando a formação médica através da educação interprofissional

Como você viu até agora, a educação interprofissional é tendência para as próximas gerações e proporciona benefícios que vão além do conhecimento próprio, impactando diretamente no paciente e sociedade como um todo.

Mas, não se esqueça da importância de estudar em uma faculdade que apoia e incentiva o formato de ensino. Portanto, se você pretende dar o passo inicial para se tornar um médico de sucesso, faça a escolha certa!

Quando o assunto é incentivar os alunos e oferecer apoio para que tenham destaque em suas carreiras, a Unime é especialista no assunto!

Somando mais de duas décadas de tradição no ensino superior, a Unime conta com diferenciais espetaculares, como:

  • Laboratórios de simulação, para o desenvolvimento de habilidades clínicas, cirúrgicas e muito mais!
  • Oportunidade de estágio para os alunos de medicina da faculdade.
  • Sucesso em aprovação para programas de residência médica.
  • Corpo docente composto por profissionais renomados e qualificados. 
  • E muito mais!

Ficou interessado em saber mais sobre a Faculdade de Medicina Unime? Então acesse agora mesmo a página do curso e saiba como iniciar essa jornada rumo ao sucesso profissional!

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